Quinta feira, 11 de
outubro de 2012 – A Igreja Católica comemora os 50 anos do Concílio Vaticano
II, que modernizou a Igreja católica, e convidou os 1,2 bilhão de católicos do
mundo a recuperar a "tensão positiva" daquela ocasião. Meio século
depois, o tema é outro, combater a “desertificação
espiritual" do mundo.
Papa Bento XVI instituiu o
Ano da Fé, de outubro de 2012 a outubro de 2013, ocasião que deve incitar o
redescobrimento da fé católica. A
proposta do Papa é que todo cristão tenha a sua convicção e a sua identidade na
fé católica.
Fé: mistério incompreensível?
Com caráter abstrato, algumas pessoas encaram a fé como algo
incompreensível, que permanece apenas no campo da sensibilidade. O padre José
Honório, porém, desmistificou esse pensamento.
“Fé não significa que a gente não possa entender. O mistério
‘fidei’ é inteligível, porém ele não se esgota numa simples explicação ou num
simples dogma. Ele sempre se revela novo, aberto aos desafios de hoje em que o
ser humano, o cristão é chamado a viver. Estar no mundo e, a partir da sua fé,
transformar as realidades de morte em esperança e salvação”, explicou.
Fé x cultura atual
Padre José Honório destacou que a fé hoje passa por uma crise e,
até mesmo, uma descrença. Ele foi enfático ao dizer que a fé deve ocupar um
lugar de destaque pelo fato de ser adquirida por meio de alguém que fala,
sobretudo, através de testemunhos. O vigário acredita que a autêntica vivência
da fé e o verdadeiro apostolado da missão devem ser despertados nos irmãos.
Para que isso aconteça, a comunidade deve fazer com que a voz do Papa seja também
a voz do Cristo e a sua própria voz.
O padre complementou citando as formas como os cristãos manifestam
sua fé nos dias de hoje: leituras bíblicas, orações, sacramentos e prática.
Esta última, de acordo com o sacerdote, trata-se de uma obra social que não é
simplesmente caritativa, mas que proporciona ao cristão ver, num irmão que
sofre, o próprio Cristo dando a oportunidade para o crescimento e a maturidade
na fé.
http://www.radiocoracao.org/noticias/bento-xvi/prepare-se-para-o-ano-da-fe-padre-esclarece-proposta-de-bento-xvi
Em meio às incertezas trazidas pela cultura pós-moderna, os
católicos terão a oportunidade de refletir sobre suas crenças e convicções
religiosas.
O Ano da Fé significa agradecer
O ser
humano, em seu estado natural, possui inteligência e vontade com
potencialidades infinitas. A beleza que surge das mãos dos homens é um reflexo
da beleza que surge das mãos do Criador. No entanto, não quis Deus que o homem
permanecesse apenas em seu estado natural e nos deu o dom da fé.
Todos nós, os católicos, devemos participar desse ano com “todo
seu coração, com toda sua alma e com todo seu entendimento” (Mt 22,37). Mas
qual é o sentido do Ano da Fé? A fé ainda tem espaço em nossa cultura
secularizada? Em um mundo cheio de misérias, fome, guerras, onde Deus parece
não ter lugar e nem vez, não seria uma alienação proclamar um Ano da Fé? Para
que serve a fé?
O cristão diante dessa
problemática não se cala e nem deve se calar. Devemos descobrir na oração os
desígnios de Deus e dar respostas adequadas. Gostaria de convidá-los a
percorrer comigo um itinerário que nos leve a descobrir o significado, importância
e necessidade do Ano da Fé.
No
Ano da Fé é necessário dar razões
São
Pedro, em sua epístola, nos convida a dar razões de nossa esperança. “Estai
sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a
razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.” (1Pe. 3,15)
Não basta celebrar. A verdadeira ação de graças ao Senhor exige que desenvolvamos o
dom recebido. A fé é a resposta que o coração humano naturalmente anseia
encontrar. No entanto, o dom da fé não exclui a necessidade de utilizar o dom
da razão para compreender melhor os mistérios revelados por Deus, de fazê-los
compreensíveis e acessíveis ao homem em cada momento histórico. Existe a
inteligência da Fé que deve ser, unida à luz da graça, desenvolvida a fim de
que cada cristão possa aderir com maior liberdade às verdades reveladas.
Só a partir de uma
livre, consciente e renovada adesão à própria fé haverá plena responsabilidade
na vivência e testemunho desse dom. É aqui onde dom e resposta, graça divina e
liberdade humana devem se dar as mãos para que a fé possa cair em terra fértil,
semear e dar frutos em abundância.
Pelo batismo, somos, desde já, cidadãos do Céu, mas devemos ser conscientes dessa tão alta dignidade. Não devemos nos acanhar diante dos desafios que o mundo apresenta. A Igreja não possui apenas dois mil anos de história, mas ela e, consequentemente cada um de nós que estamos em comunhão com a Igreja, possuímos a assistência do Logos Divino, da sabedoria eterna, que nos é dada através dos dons do Espírito Santo. Não devemos ter medo de dialogar com o mundo contemporâneo. É nossa missão evangelizar a cultura. Como afirma Bento XVI, "a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade."(Porta Fidei, n. 12). Sejamos os promotores da Verdade na caridade, e da caridade na Verdade.
Pelo batismo, somos, desde já, cidadãos do Céu, mas devemos ser conscientes dessa tão alta dignidade. Não devemos nos acanhar diante dos desafios que o mundo apresenta. A Igreja não possui apenas dois mil anos de história, mas ela e, consequentemente cada um de nós que estamos em comunhão com a Igreja, possuímos a assistência do Logos Divino, da sabedoria eterna, que nos é dada através dos dons do Espírito Santo. Não devemos ter medo de dialogar com o mundo contemporâneo. É nossa missão evangelizar a cultura. Como afirma Bento XVI, "a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade."(Porta Fidei, n. 12). Sejamos os promotores da Verdade na caridade, e da caridade na Verdade.
No Ano da Fé é importante proclamar
Bento
XVI, com muita sabedoria, alerta que muitos cristãos sentem "maior
preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que
com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida
diária." (Porta Fidei,2) Diante dos desafios que nos apresentam a
sociedade secularizada, nossa primeira reação é lançar-nos a fazer algo.
Desejamos, justificadamente, e nos esforçamos, com boas intenções, por unir
pessoas, grupos e entidades para combater aquilo que consideramos como nocivo
ao cristianismo e à humanidade.
Considero importantes
todas as iniciativas que visam promover nossa fé e incidir positivamente na
sociedade e que contenham o avanço do mal que se alastra em nossa cultura. Mas,
o que seriam dessas iniciativas de luta e de força, de combate e embate sem a
fé? Não vejo os primeiros cristãos se conjurando para dominar as instituições
através da força e do poder. A ação mais importante e fecunda de nossos
primeiros irmãos foi, a partir de experiência que nasce do encontro pessoal com
Cristo, testemunhar com a própria vida que Deus existe. Os pagãos se sentiam
atraídos pela beleza da fé católica e pela caridade com que viviam os primeiros
cristãos, e chegavam a exclamar: “Vede como se amam” (Tertuliano, Apol.,39).
É na caridade, na
alegria, no entusiasmo e na felicidade da vivência de nossa fé que iremos
permear o mundo da esperança e do amor cristão. É no respeito, no diálogo
aberto, sincero e inteligente que construiremos pontes entre a Fé e o mundo
contemporâneo. Já existem muitos muros!
Aprendamos a difícil
arte de escutar, entender, compreender e defender sem medo nossa fé, com
serenidade e respeito.
A evangelização e nossas
ações sociais só produzirão efeito a partir do momento em que cada cristão
tiver um encontro pessoal com Cristo.
Nossa fé não é fruto de uma decisão, mas de um encontro, e só a partir desse encontro nossa evangelização será uma luz que atrai por sua beleza divina.
Sem comunidade não há família cristã. É através do mistério do Corpo Místico de Cristo onde toda a Igreja se encontra. É na liturgia e nos sacramentos que toda ação tem sentido. "Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos." (Porta Fidei, n.11)
O católico tocado pela fé é uma das provas e evidências mais fortes da existência de Deus. Quando conheço um cristão coerente, vejo um milagre da criação. Vejo Deus na Terra e percebo que não há trevas que possam invadir um mundo dominado pela luz da fé, pelo sal do testemunho e pelo bálsamo da caridade. Em cada um de nós, de certo modo, se realizam de maneira plena as palavras de Cristo: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28,20).
Nossa fé não é fruto de uma decisão, mas de um encontro, e só a partir desse encontro nossa evangelização será uma luz que atrai por sua beleza divina.
Sem comunidade não há família cristã. É através do mistério do Corpo Místico de Cristo onde toda a Igreja se encontra. É na liturgia e nos sacramentos que toda ação tem sentido. "Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos." (Porta Fidei, n.11)
O católico tocado pela fé é uma das provas e evidências mais fortes da existência de Deus. Quando conheço um cristão coerente, vejo um milagre da criação. Vejo Deus na Terra e percebo que não há trevas que possam invadir um mundo dominado pela luz da fé, pelo sal do testemunho e pelo bálsamo da caridade. Em cada um de nós, de certo modo, se realizam de maneira plena as palavras de Cristo: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28,20).
Peçamos a Nosso Senhor
Jesus Cristo a graça de viver nossa fé com toda nossa alma, com todo nosso
coração e com todo nosso entendimento. Só assim seremos o que temos de ser e
transformaremos o mundo. Só em Cristo, por Cristo e com Cristo conseguiremos
transmitir os tesouros de nossa fé e incidir positiva e efetivamente na
sociedade. Não tenhamos medo de falar daquilo que preenche nosso coração; não
tenhamos medo de falar d'Aquele que dá um sentido último às nossas vidas.
Subamos nos telhados e nos preparemos para anunciar com amor que o Amor existe,
se fez carne e habita em nós e está entre nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário